quarta-feira, 27 de junho de 2007

REUNIÕES DE AVALIAÇÃO

Todos os anos vai aumentando cada vez mais a quantidade de documentos, papeis e papelinhos que é necessário preencher.

Se por um lado as aplicações informáticas agilizaram e facilitaram o preenchimento das pautas, por outro, a duplicação de informação registada em diversos locais, sobre o mesmo aluno, tornam a expressão desperdício uma realidade que é necessário eliminar.

Os desconhecedores poderão pensar que é simples.

E se calhar não se enganam!

Ora vejam lá!!!!

Imaginemos uma turma com 25 alunos: 2 com Necessidades Educativas Especiais (Dec-Lei 319/91), 5 repetentes, 5 Fora da Escolaridade Obrigatória e 10 que estavam em risco de "chumbar" no 2º Período. E este ano lectivo, ficarão retidos 5 alunos (seria óptimo).


1 pauta de avaliação de rascunho;

1 pauta de faltas totais;

1 pauta de faltas do trimestre;

2 pautas finais da avaliação;

25 registos de avaliação;

2 Conjuntos de impressos com os PEIs e afins - 20 folhas, algumas delas com centenas de NS, ANS, S, B e MB; Não sei quem vai fazer o estudo daquilo, mas uma folhinha em Excel chegava para o estudo e resumo de todos os alunos NEEs;

5 planos de acompanhamento do ano lectivo anterior;

10 planos de recuperação elaborados no 2º Período e assinados pelos Encarregados de Educação (os que vão à Escola, claro) - 20 folhas;

Os relatórios da Avaliação Extraordinária para os alunos cujas retenções são retenções repetidas;

Folhas da avaliação da Língua Portuguesa como língua não materna, para os alunos que se enquadrem nesta situação;

Folha com a avaliação das Aulas de Apoio Pedagógico Acrescido;

Folha com a Avaliação do trabalho efectuado nas Áreas Curriculares Não Disciplinares;

Folha com a indicação dos alunos cuja avaliação depende da ratificação do Conselho Pedagógico;

Folha com a indicação das faltas de professores à reunião, mesmo que em 99,99% das reuniões de avaliação ninguém falte;

Folha com a indicação dos professores que reverificaram todos os níveis, faltas, etc...

Claro, as folhas necessárias para a elaboração da acta da reunião: 1 com o resumo dos aspectos e pontos da ordem de trabalhos, 4 de rascunho, 4 finais (claro que já vi actas com muito mais de 4 folhas) mais a folha com as assinaturas dos presentes;

PESSOAL,
ACHO QUE ME ESTOU A ESQUECER DE DUAS OU TRÊS COISAS!

Assim por alto, numa das turmas de ontem, o director de turma L.J. disse-me que só à conta da sua turma iria gastar quase meia resma de papel.
Se juntarmos o tonner das fotocópias e o tinteiro das impressoras, fica a festa feita.

7 comentários:

dia-a-dia disse...

E a folhinha com a relação de alunos propostos para A.P.A?! E a folhinha com a relação de alunos que foram sujeitos a uma avaliação extraordinária?! E as "folhinhas" com a avaliação das aulas de apoio de Português - Língua não Materna?! E a folhinha com a relação de alunos que, apesar de terem excedido o número limite de faltas injustificadas permitidas por lei e estando dentro da escolaridade obrigatória, vêem proposta a sua transição?

PESSOAL, ACHO QUE ME ESTOU A ESQUECER DE MUITO MAIS QUE DUAS COISAS!!!

Uffff!!!

BichinhoS da Fruta disse...

Olá! Encontrei os Retalhos hoje e ganharam logo pontos: pelas fotos ;) e por este post! Eu tenho tentado evitar que o meu cérebro processe a informação em forma de lista e aqui está ela! Incrível! Posso linkar este post?
thnks ;)

Jaime A. disse...

Acho que este método é designado por SIMPLEX, não é?

RetalhosNaVidaDeUmProf disse...

My dear Teacher:

Of course You can!

It's an honour to me.

Licas disse...

Deixa lá. Depois o ministério compensa o papel gasto na fase dos exames nacionais. Este ano nem prova, nem critérios, muito menos pautas eram entregues. Os correctores é que tinham de levar tudo com eles...
É a lei das compensações.
Bjx

Licas disse...

Nem era pautas, obviamente, era grelha de classificações.

Pedro_Nunes_no_Mundo disse...

Bem esgalhado!

Como sabemos há que elucidar uma mole de portugueses mal informados e/ou mal intencionados que campeiam contra os profs...

Isto nem chega a ser uma resposta à altura (que por cortesia amiúde se não dá!), é a singela constatação dos factos.

Para quem os quiser entender.